Além disso, ao menos seis cientistas nucleares morreram nos ataques.
Segundo o exército de Israel, o Irã lançou mais de 100 drones sobre o território israelense, em retaliação ao ataque. Mais tarde, ainda na sexta, houve o relato de explosões em Tel Aviv.
— Nós esperamos ser expostos a várias ondas de ataques iranianos — antecipou Netanyahu.
Teerã classificou o ataque de Israel como uma "declaração de guerra". O Ministério das Relações Exteriores afirmou que "a resposta do Irã à agressão do regime israelense será sem dúvida contundente".
O aiatolá Ali Khamenei afirmou que os dois países terão um "destino amargo e doloroso" pelos bombardeios.
— Pela graça de Deus, as consequências disso levarão esse regime à ruína — disse o aiatolá.
O Irã possui o maior e mais diverso arsenal de mísseis do Oriente Médio, com milhares de mísseis balísticos e de cruzeiro, alguns capazes de atingir Israel e o sudeste da Europa. O país ainda tem foguetes e drones à disposição. As forças armadas iranianas contam com 580 mil militares na ativa e 200 mil na reserva.
Já Israel conta com mísseis, sistemas de defesa aérea, drones e, de acordo com fontes americanas, um arsenal nuclear significativo. O país ainda tem um sistema de defesa aérea, o Domo de Ferro, projetado para interceptar e destruir mísseis e foguetes de curto alcance.
Israel anunciou os ataques horas depois de o presidente americano, Donald Trump, ter defendido publicamente que isso não deveria acontecer. Trump considerou que uma ofensiva poderia arruinar as chances de uma solução negociada sobre o programa nuclear iraniano.
— Tentei poupar o Irã da humilhação e da morte — disse Trump.
Já após as explosões em Teerã, o governo dos Estados Unidos afirmou que o ataque aconteceu de modo unilateral, ou seja, sem envolvimento de Washington. Ainda assim, Trump disse à emissora Fox News que estava a par da decisão israelense.
O presidente americano ressaltou que o Irã "não pode ter uma bomba nuclear". Nesta sexta, Trump pressionou os iranianos a alcançarem um acordo nuclear ou se expor a ataques "ainda mais brutais".
Antes da ação israelense, os Estados Unidos haviam esvaziado embaixadas no Oriente Médio, diante do risco de ataques na região. Depois, o Pentágono ou a reposicionar navios de guerra e outros ativos militares no Oriente Médio diante da possibilidade de retaliação do Irã. O secretário de Estado, Marco Rubio, disse que a prioridade americana, no momento, é proteger as forças do país na região.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, cobrou que Israel e Irã tenham "moderação máxima" neste momento. Já a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, classificou a situação com "profundamente alarmante".
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, disse que "a escalada não beneficia ninguém na região". Na Alemanha, o chanceler Friederich Merz cobrou que "ambos os lados se abstenham de medidas que possam levar a uma nova escalada e desestabilizar toda a região".
O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou que a Europa tem um peso geopolítico reduzido por falta de capacidade militar, e lamentou que os líderes europeus não tenham sido informados previamente da ofensiva israelita.
O presidente da França, Emmanuel Macron, disse que o país "condenou repetidamente o programa nuclear iraniano em andamento" e que "reafirma o direito de Israel de se defender e garantir sua segurança".
Países como a China, que mantém uma parceria moderada com o Irã, e a Rússia, mais próxima de Teerã, também se manifestaram. Pequim destacou a violação da soberania, da segurança e da integridade iranianas e se colocou à disposição para auxiliar nos diálogos.
Moscou, por sua vez, condenou Israel, dizendo que os ataques foram "inaceitáveis". Ainda assim, em comunicado, o Kremlin informou que o presidente Vladimir Putin expressou a Netanyahu "sua disposição para mediar" o conflito.
O Japão, por sua vez, condenou "veementemente" os ataques aéreos de Israel contra o Irã.
— A paz e a estabilidade na região do Oriente Médio são extremamente importantes para o Japão, e pedimos a todas as partes envolvidas que acalmem a situação — disse o ministro das Relações Exteriores, Takeshi Iwaya, a repórteres em Tóquio.
Na economia, há o temor de que o ataque de Israel ao Irã represente nova ameaça de expansão do conflito, agora inclusive para além do Oriente Médio, provocou a disparada do preço do petróleo, destacou a colunista de Zero Hora Marta Sfredo.
O Ministério das Relações Exteriores emitiu uma nota para se pronunciar sobre o conflito. No documento do Itamaraty, o Brasil expressa "firme condenação" à ofensiva e alerta que os fatos podem "mergulhar toda a região em um conflito de grandes proporções".
O pronunciamento também ressalta que o embate representa um elevado risco para a paz, a segurança e a economia mundial. Além disso, o governo brasileiro insta os países envolvidos a buscar o fim imediato das hostilidades.