• Hossein Salami, chefe da Guarda Revolucionária do Irã, braço mais poderoso do exército do país e considerado grupo terrorista por nações ocidentais
  • Mohammad Bagheri, chefe das Forças Armadas
  • Além disso, ao menos seis cientistas nucleares morreram nos ataques.

    Montagem sobre foto / ATTA KENARE / AFP
    Hossein Salami e Mohammad Bagheri morreram nos ataques.

    Resposta iraniana

    Segundo o exército de Israel, o Irã lançou mais de 100 drones sobre o território israelense, em retaliação ao ataque. Mais tarde, ainda na sexta, houve o relato de explosões em Tel Aviv.

    — Nós esperamos ser expostos a várias ondas de ataques iranianos — antecipou Netanyahu.

    Teerã classificou o ataque de Israel como uma "declaração de guerra". O Ministério das Relações Exteriores afirmou que "a resposta do Irã à agressão do regime israelense será sem dúvida contundente".

    O aiatolá Ali Khamenei afirmou que os dois países terão um "destino amargo e doloroso" pelos bombardeios.

    — Pela graça de Deus, as consequências disso levarão esse regime à ruína — disse o aiatolá.

    KHAMENEI.IR / AFP
    Aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, prometeu vingança.

    Arsenais em ação

    O Irã possui o maior e mais diverso arsenal de mísseis do Oriente Médio, com milhares de mísseis balísticos e de cruzeiro, alguns capazes de atingir Israel e o sudeste da Europa. O país ainda tem foguetes e drones à disposição. As forças armadas iranianas contam com 580 mil militares na ativa e 200 mil na reserva.

    Já Israel conta com mísseis, sistemas de defesa aérea, drones e, de acordo com fontes americanas, um arsenal nuclear significativo. O país ainda tem um sistema de defesa aérea, o Domo de Ferro, projetado para interceptar e destruir mísseis e foguetes de curto alcance.

    SEPAH NEWS / SEPAH NEWS/AFP
    Áreas urbanas e instalações nucleares foram alvo dos bombardeios.

    Repercussão no mundo

    EUA dizem não estar envolvidos

    Israel anunciou os ataques horas depois de o presidente americano, Donald Trump, ter defendido publicamente que isso não deveria acontecer. Trump considerou que uma ofensiva poderia arruinar as chances de uma solução negociada sobre o programa nuclear iraniano.

    — Tentei poupar o Irã da humilhação e da morte — disse Trump.

    Já após as explosões em Teerã, o governo dos Estados Unidos afirmou que o ataque aconteceu de modo unilateral, ou seja, sem envolvimento de Washington. Ainda assim, Trump disse à emissora Fox News que estava a par da decisão israelense.

    O presidente americano ressaltou que o Irã "não pode ter uma bomba nuclear". Nesta sexta, Trump pressionou os iranianos a alcançarem um acordo nuclear ou se expor a ataques "ainda mais brutais".

    Antes da ação israelense, os Estados Unidos haviam esvaziado embaixadas no Oriente Médio, diante do risco de ataques na região. Depois, o Pentágono ou a reposicionar navios de guerra e outros ativos militares no Oriente Médio diante da possibilidade de retaliação do Irã. O secretário de Estado, Marco Rubio, disse que a prioridade americana, no momento, é proteger as forças do país na região.

    KEVIN DIETSCH / GETTY IMAGES NORTH AMERICA
    Trump disse que Irã corre risco de sofrer novos ataques.

    Impactos globais

    O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, cobrou que Israel e Irã tenham "moderação máxima" neste momento. Já a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, classificou a situação com "profundamente alarmante".

    O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, disse que "a escalada não beneficia ninguém na região". Na Alemanha, o chanceler Friederich Merz cobrou que "ambos os lados se abstenham de medidas que possam levar a uma nova escalada e desestabilizar toda a região".

    O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou que a Europa tem um peso geopolítico reduzido por falta de capacidade militar, e lamentou que os líderes europeus não tenham sido informados previamente da ofensiva israelita.

    O presidente da França, Emmanuel Macron, disse que o país "condenou repetidamente o programa nuclear iraniano em andamento" e que "reafirma o direito de Israel de se defender e garantir sua segurança".

    Países como a China, que mantém uma parceria moderada com o Irã, e a Rússia, mais próxima de Teerã, também se manifestaram. Pequim destacou a violação da soberania, da segurança e da integridade iranianas e se colocou à disposição para auxiliar nos diálogos.

    Moscou, por sua vez, condenou Israel, dizendo que os ataques foram "inaceitáveis". Ainda assim, em comunicado, o Kremlin informou que o presidente Vladimir Putin expressou a Netanyahu "sua disposição para mediar" o conflito.

    O Japão, por sua vez, condenou "veementemente" os ataques aéreos de Israel contra o Irã.

    — A paz e a estabilidade na região do Oriente Médio são extremamente importantes para o Japão, e pedimos a todas as partes envolvidas que acalmem a situação — disse o ministro das Relações Exteriores, Takeshi Iwaya, a repórteres em Tóquio.

    Na economia, há o temor de que o ataque de Israel ao Irã represente nova ameaça de expansão do conflito, agora inclusive para além do Oriente Médio, provocou a disparada do preço do petróleo, destacou a colunista de Zero Hora Marta Sfredo.

    Zain JAAFAR / AFP
    Mísseis iranianos interceptados sobre Israel.

    Brasil condena ataques

    O Ministério das Relações Exteriores emitiu uma nota para se pronunciar sobre o conflito. No documento do Itamaraty, o Brasil expressa "firme condenação" à ofensiva e alerta que os fatos podem "mergulhar toda a região em um conflito de grandes proporções".

    O pronunciamento também ressalta que o embate representa um elevado risco para a paz, a segurança e a economia mundial. Além disso, o governo brasileiro insta os países envolvidos a buscar o fim imediato das hostilidades.

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